De Luiz Delfino sei
que é um principe de luz.
ou um salvador de almas
qual golfinho, qual Jesus
que a sua santa ceia
celebra na Lua Cheia
com cobras, pacas, tatus.
Até mesmo os urubus
sentam à mesa com Luiz,
os chacais chamam as hienas,
e a Natureza, feliz,
como flor perpétua viça
com carne nobre ou carniça
conforme o freguês o quis.
Eu,na turma dos sagüis
me sinto bem situado,
pois sou macaco e pequeno,
macaco-prego danado
que escapou do sertão,
- amigo fiel do cão
e mico-leão-dourado.
Diz que a carne de veado,
nutritiva e saborosa,
abunda em festa do Ibama,
e que ao Luiz, todo prosa
enquanto come piranha,
até um bravo meganha
lhe oferece uma rosa.
Poeta que mote glosa
é o de sina violeira,
mas já vou caindo fora
mode não falar besteira,
que quando eu tô na floresta
e mais em clima de festa
me dá logo uma zonzeira...
Mas a rima saideira
tem que ser correta e certa:
o bom índio mira o alvo
e quase sempre acerta:
e eu digo que é bom menino
esse tal Luiz Delfino,
viu, povo do eticetra?
Antônio Adriano de Medeiros
